Onde? - os lugares mais apropriados são aqueles distantes das fontes de calor como tubulações de água quente, fogão e motores (estes, ainda tendo como agravantes a vibração das máquinas), além dos próprios raios solares. A orientação mais favorável é na face sul das casas ou no seu cômodo mais sombrio. É fundamental que a adega, independentemente das suas dimensões, tenha uma boa aeração, impedindo assim o acúmulo de umidade e o conseqüente surgimento de fungos e bolores.
Como? - é importante definir o que se espera da adega. Se, além da armazenagem de bebidas, deseja-se que o local também se destine a reunir os amigos para uma degustação, é necessário isolar esta área de convívio da dos vinhos, uma vez que a presença constante de pessoas interfere no seu descanso (quatro pessoas causam um aumento de temperatura de até mais de 1ºC). Numa antecâmara podem ficar os vinhos de consumo imediato, que dispensam maiores atenções, separada, se possível, da câmara da adega por um pequeno corredor, permitindo assim a manutenção de cada ambiente com sua própria temperatura. As portas devem receber vedação adequada (com a colocação de fitas adesivas de borracha esponjosa nas juntas, por exemplo) e molas para o fechamento. Em relação às dimensões, num pequeno espaço de 2 x 1m chegam a caber 400 garrafas.
Isolamento - para neutralizar o barulho externo, as paredes devem ser revestidas com materiais de bom isolamento acústico, como a cortiça e a espuma de poliuretano. Também o poliestireno expansível (EPS) pode ser utilizado, tendo em vista suas características de isolamento térmico, além de evitar a invasão de formigas e cupins. A própria construção da adega pode ser feita com materiais que já atendam satisfatoriamente a essas necessidades, tais como tijolos maciços de barro e pedras.
Estoque do vinho - o ar quente está sempre no alto; portanto, as garrafas de vinho tinto devem ser colocadas na parte de cima das prateleiras, e, mais abaixo, as de vinho branco. Devem ser evitados nichos para duas fileiras de garrafas (frente e fundos), pois uma interferirá no descanso da outra ao ser manuseada. Quanto às prateleiras, as de madeira (como o cedro maciço e o pinho, fáceis de ser trabalhados e resistentes ao apodrecimento e aos insetos) são as mais comuns. Existem várias formas de montá-las, mas o importante é que elas tenham uma pequena inclinação para frente, permitindo manter o líquido em contato com a rolha, impedindo a sua evaporação e seu contato com o oxigênio. Alternativa interessante é a colocação de nichos formados por blocos cerâmicos vazados.
Climatização - a temperatura é a alma e o grande segredo da adega. Ela deve ser fria (em torno de 12 a 18ºC), e as oscilações não devem ultrapassar 0,5ºC, sob pena de comprometer o processo de envelhecimento do vinho. Em locais mais quentes, a manutenção dessas temperaturas pode requerer o uso de condicionadores de ar específicos para adega, pois os comuns estão, normalmente, dimensionados para funcionar a 22ºC, temperatura altíssima para as bebidas. O equipamento de climatização trabalha ininterruptamente, retirando todo o ar quente através do evaporador, instalado dentro da adega, e lançando ar frio pelo compressor, colocado na parte externa da casa. Ele mantém os níveis exatos de temperatura e umidade, outro fator muito importante na conservação dos vinhos. A umidade relativa do ar adequada é em torno de 70%. Quanto à iluminação, deve-se optar pelas lâmpadas de baixíssima potência.
Limpeza - não devem ser usados produtos de odor forte, pois podem ser absorvidos pelo vinho, em longo prazo, o que alterará seu sabor. Basta água e sabão neutro ou mesmo um pano seco ou espanador.
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